quinta-feira, junho 24, 2010

 

Lendo Saramago


Recomecei a ler Saramago pelo princípio, ou seja, pelo livro A Terra do Pecado, obra que o autor compôs aos vinte e cinco anos.
Também pela primeira vez li um livro desta extensão pelo ecrã do computador. Acho que já aceito este método, embora não deseje despedir-me do folhear tradicional.
E o que devo dizer do texto? Que é uma obra que revela já o muito talento do jovem Saramago, sendo embora composta com uma trama muito simples, mas eficiente na colocação do leitor dentro de um ambiente bucólico e familiar de uma quinta ribatejana rica de meados do século XX, e onde não faltam também episódios de sensualidade. Tudo à moda da época.
Nesta altura não impera ainda no olhar de Saramago a militância social, ao estilo de Ferreira de Castro, de Alves Redol ou Soeiro Pereira Gomes - para citar nomes da área que veio a ser a de Saramago -, nem de textos emblemáticos daqueles escritores, ditos neo-realistas, como sejam: A Lã e a Neve, Gaibéus ou Esteiros, respectivamente.
Mas A Terra do Pecado é um livro já muito bem escrito, de resto ainda na gramática convencional; com interlocuções escorreitas; com um vocabulário rico e variado; com descrições ambientais e psicológicas bem conseguidas, a rasgar, aqui e ali, frases de génio.
Fará este livro muito bem aos jovens que hoje têm vinte e cinco anos, sendo um incentivo a não desprezar. De todo.


quinta-feira, junho 17, 2010

 

O Associativismo do Chupa-Chupa


A Deco Proteste escreveu-me, ontem, a anunciar que me oferecia uma "aparelhagem estéreo" se eu me tornasse sócio da instituição.
E eu confesso que fiquei todo comovido com esta infantil campanha de vendas da mais conhecida associação de defesa do consumidor. Eu próprio já fui membro deste grémio incrível "de mais de 400.000 sócios", e saí, em protesto contra este sistemático aliciamento com chupa-chupas.
Imaginem um sindicato da construção civil a angariar sócios com frigoríficos, ou uma associação de pais a estender a sua influência com a oferta de alcatifas...
Eu não desejo ser comprado por quem deseja defender-me de quem me vende.
Muito obrigado! Que a estereofonia fique connvosco! Ámen!


sexta-feira, junho 04, 2010

 

Caminhos Partilhados


Nasceu ontem, em Braga, no
aldeamento Bracara Augusta, e chama-se "Caminhos Partilhados".
É uma casa comunitária, centro de cultura e de encontro, fundada por seis mulheres de coragem e de sonho, a saber: Fernanda Dias, sindicalista; Helena Policarpo, jornalista, Isabel Pereira, líder associativa; Lurdes Silva, técnica de serviço público, Amélia Campos, analista clínica; e Camila Pereira, associativista.
Estas mulheres empreendedoras conheceram-se na década de 70, enquanto jovens, na JOC - Juventude Operária Católica e continuam, hoje e aqui, deste modo, a perseguir o seu colectivo ideal de um mundo melhor, mais solidário, mais partilhado, mais justo e mais fraterno.
A casa "Caminhos Partilhados" será, em simultâneo, lar comunitário e espaço aberto a eventos que visem objectivos de bem comum, promovam os valores humanistas e a cultura que marcaram as fundadoras desde a JOC, e, finalmente, seja um bom exemplo a seguir e a reinventar por outros em novas experiências.
O projecto é exclusivo de seis grandes mulheres, mas não está fechado à condição masculina.
Por isso estive ontem na inauguração. E fiz-me sócio. E aprovo. E apoio.

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