sexta-feira, fevereiro 23, 2007
Dia da Mulher
- 8 de Março-
Em certa bomboneria
Conversam amenamente
A mulher e o seu Dia
Acerca do que seria
Um adequado presente.
- Um bolo bem folhadinho
E ramo de rosas, lindo
Te dará o maridinho
Dedicados com carinho;
Sugere o Dia, sorrindo.
Mas eis que ali ao lado
A mulher vê o marido
Já um tanto embriagado
E diz ao Dia agendado:
- Já tenho o dia perdido.
fernando martins - 23/02/07
Em certa bomboneria
Conversam amenamente
A mulher e o seu Dia
Acerca do que seria
Um adequado presente.
- Um bolo bem folhadinho
E ramo de rosas, lindo
Te dará o maridinho
Dedicados com carinho;
Sugere o Dia, sorrindo.
Mas eis que ali ao lado
A mulher vê o marido
Já um tanto embriagado
E diz ao Dia agendado:
- Já tenho o dia perdido.
fernando martins - 23/02/07
domingo, fevereiro 18, 2007
"A Filha Rebelde"
- Sugestão de Leitura -
A propósito da expectativa sobre se Fidel morre já ou mais logo à tardinha e se o seu regime lhe sobrevive, num continente onde se reinventam novos socialismos, numa procura compreensível mas utópica de contraditar a ignomínia das desigualdades crescentes e das pobrezas mais horrendas; talvez valha a pena aproveitar estas férias de Carnaval e de Páscoa para ler este excelente livro e fazer uma reflexão acerca de ideologias, regimes, sonhos colectivos e tragédias individuais.
Este livro é um romance verdadeiro onde os seus autores, José Pedro Castanheira e Valdemar Cruz não precisaram de enredar nada para darem à estampa uma das mais surpreendentes e fascinantes histórias das últimas décadas.
A personagem central do texto é a única filha do chefe da polícia política de Salazar que foge ao seu marido e abandona a sua boa vida para se colocar às ordens de Che Guevara e de Fidel Castro , tornando-se numa dedicada e fervorosa comunista ao serviço da revolução cubana. Adivinhe-se então a trama da obra, as implicações políticas ao mais alto nível nos dois Estados envolvidos, os dramas pessoais, a arte necessária para lidar com tão delicada situação.
É um livro sério, bem escrito, documentado, fidedigno, histórico, trágico, inquietante.
Por mim, um grande obrigado à minha amiga, jornalista Emília Monteiro, que me ofereceu esta obra avassaladora; por vós, uma sugestão: Leiam este óptimo livro.
Temas e Debates - Actividades Editoriais, Lda 5ª edição, Março 2004
A propósito da expectativa sobre se Fidel morre já ou mais logo à tardinha e se o seu regime lhe sobrevive, num continente onde se reinventam novos socialismos, numa procura compreensível mas utópica de contraditar a ignomínia das desigualdades crescentes e das pobrezas mais horrendas; talvez valha a pena aproveitar estas férias de Carnaval e de Páscoa para ler este excelente livro e fazer uma reflexão acerca de ideologias, regimes, sonhos colectivos e tragédias individuais.
Este livro é um romance verdadeiro onde os seus autores, José Pedro Castanheira e Valdemar Cruz não precisaram de enredar nada para darem à estampa uma das mais surpreendentes e fascinantes histórias das últimas décadas.
A personagem central do texto é a única filha do chefe da polícia política de Salazar que foge ao seu marido e abandona a sua boa vida para se colocar às ordens de Che Guevara e de Fidel Castro , tornando-se numa dedicada e fervorosa comunista ao serviço da revolução cubana. Adivinhe-se então a trama da obra, as implicações políticas ao mais alto nível nos dois Estados envolvidos, os dramas pessoais, a arte necessária para lidar com tão delicada situação.
É um livro sério, bem escrito, documentado, fidedigno, histórico, trágico, inquietante.
Por mim, um grande obrigado à minha amiga, jornalista Emília Monteiro, que me ofereceu esta obra avassaladora; por vós, uma sugestão: Leiam este óptimo livro.
Temas e Debates - Actividades Editoriais, Lda 5ª edição, Março 2004
sábado, fevereiro 17, 2007
Acta de um Reencontro
...muito emotivo entre irmãos...
Chegaste, irmã, e já rugia o lume
Da saudade... e do manjar do Minho;
Brindámo-nos com lágrimas e vinho;
Bebemo-nos recíproco perfume...
Sentámo-nos, servimo-nos estórias;
Proferimos afectos e ternuras;
E lemo-nos nos olhos vidas duras;
Dolorosas fainas d'ausentes glórias...
Ao antes e ao depois lançámos ponte;
Nostálgicos do rútilo passado;
Cada um no já ido muito absorto...
Voámos, ao de leve, no horizonte;
No entretanto em alegre estado;
Gabando o menu depois de morto...
fernando martins
Chegaste, irmã, e já rugia o lume
Da saudade... e do manjar do Minho;
Brindámo-nos com lágrimas e vinho;
Bebemo-nos recíproco perfume...
Sentámo-nos, servimo-nos estórias;
Proferimos afectos e ternuras;
E lemo-nos nos olhos vidas duras;
Dolorosas fainas d'ausentes glórias...
Ao antes e ao depois lançámos ponte;
Nostálgicos do rútilo passado;
Cada um no já ido muito absorto...
Voámos, ao de leve, no horizonte;
No entretanto em alegre estado;
Gabando o menu depois de morto...
fernando martins
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
Compensação
Vejam como hoje fui intrépido e estúpido...
Indo eu, sossegado, no caminho
Senti, zás!; um ataque na canela
E ao virar-me, vi uma cadela
Enfezada, moncosa e mau focinho.
Pensei, logo ali, atirar-me a ela
Resolvendo ficar pequenininho
E com as mãos no chão virar cãozinho
P'r' abocanhar, sem dó, a pata dela.
Que esse bicho rude e sem cultura
Precisava de magistral lição
Bem implacável, lapidar e tão
Equitativa e justa d' estrutura
Que para humanizar a criatura
Paguei na mesma moeda e fiz de cão.
fernando martins
Indo eu, sossegado, no caminho
Senti, zás!; um ataque na canela
E ao virar-me, vi uma cadela
Enfezada, moncosa e mau focinho.
Pensei, logo ali, atirar-me a ela
Resolvendo ficar pequenininho
E com as mãos no chão virar cãozinho
P'r' abocanhar, sem dó, a pata dela.
Que esse bicho rude e sem cultura
Precisava de magistral lição
Bem implacável, lapidar e tão
Equitativa e justa d' estrutura
Que para humanizar a criatura
Paguei na mesma moeda e fiz de cão.
fernando martins
domingo, fevereiro 11, 2007
Obrigado Helga
Eu quero-me esclarecido
- se é causa que eu não visse -
Do que estou enaltecido?
É do poema tecido?
É do amor que o disse?
Que a minha juizinha
Julga em casa, docemente
Pois é nora e filha minha
E aplaude em doce falinha
E eu verso levemente...
Eu quero-me esclarecido
- se é causa que eu não visse -
Que eu estou embevecido
E não encontro sentido
Para lá do amor que o disse...
11 fev.2007 - 14 horas
sábado, fevereiro 10, 2007
Rosa
A uma colega de curso...
A pétala que me deste
Do outro lado da linha
A meus olhos d' água fez-te
Mais Rosinha...
Pois não prescindes da cor
Sendo flor, quando é preciso
Distribuindo paz e amor
Com teu sorriso...
E sais sempre enriquecida
Em odor e cor e adorno
Que a doçura repartida
Tem retorno...
Como gosto de te ver
Sentir-te no teu canteiro
E honrar-me-ia ser
Teu jardineiro.
fernando martins 10/2/07
A pétala que me deste
Do outro lado da linha
A meus olhos d' água fez-te
Mais Rosinha...
Pois não prescindes da cor
Sendo flor, quando é preciso
Distribuindo paz e amor
Com teu sorriso...
E sais sempre enriquecida
Em odor e cor e adorno
Que a doçura repartida
Tem retorno...
Como gosto de te ver
Sentir-te no teu canteiro
E honrar-me-ia ser
Teu jardineiro.
fernando martins 10/2/07