domingo, maio 31, 2009

 

Flache da Semana -20


Nesta semana em que ocorre mais uma legítima luta dos professores - em vários aspectos penalizados pelo novo modelo de gestão escolar, de avaliação da prática docente e de progressão na carreira profissional -, a escola dos meus filhos, cumprindo todos os prazos legais de implementação das novas politicas emanadas do ministério de Educação, aprovou o seu Regulamento Interno, após ter eleito a Directora, tudo em Conselho Geral Transitório, órgão este que tenho a honra de integrar pelo lado dos encarregados de educação.
A escola Alberto Sampaio é assim: não só a melhor entre as melhores escolas públicas (ver post anterior), como cumpre escrupulosamente a lei, mesmo quando muitos dos seus docentes, no seu inquestionável direito cívico, a contestam.
Parabéns à minha escola, à escola da minha mulher, à escola dos meus filhos.


sábado, maio 30, 2009

 

Com a Devida Vénia - 10


"...O voto em branco é um voto que me merece a maior consideração.
Quem vota em branco não quer ser representado por aquelas pessoas ou por aqueles partidos, logo, deveria estar representado por uma cadeira vazia no parlamento, deveria estar parlamentarmente representado por ninguém.
Abster nunca: não é carne nem peixe, eu te vomito. Uma cadeira, vazia e silenciosa, gritaria mais alto..."

Luís Campos e Cunha, no Público de ontem.


segunda-feira, maio 25, 2009

 

A Escola dos Meus Filhos


Será fácil de perceber, pela amostra, como eu estou orgulhoso de fazer parte do Conselho Geral Transitório desta magnífica escola, bem como da sua comissão para o Regulamento Interno...



domingo, maio 17, 2009

 

Com a Devida Vénia - 9


"Nas empresas, quantos gestores começam por cortar nas suas regalias e ordenados antes de começar a despedir?

Nos ministérios, quantos dirigentes já abdicaram de algumas mordomias e assessores, agora que todo o dinheiro público é necessário?" José Manuel Fernandes, no Público de hoje.

 

Flache da Semana - 19


O que mais me tocou nesta semana foram os lamentos do Papa, no Médio Oriente, a propósito da debandada dos cristãos destas terras que são agora tão inóspitas para os seguidores de Jesus Cristo.
Dezenas de milhares de árabes cristãos terão saído de Israel e da Palestina desde 1948, ano da fundação do Estado de Israel; e por toda a região o êxodo ou decréscimo dos cristãos é muitíssimo acentuado.
Eu entendo as palavras do Papa - "tende a coragem de permanecer aqui" -, como um apelo à missão, e anoto a curiosidade: geralmente entende-se a palavra missão por "i-de"; mas o chefe da Igreja peregrinou até ali para dizer "permanecei".
Há um aspecto interessante nesta era da globalização: os povos e as pessoas movimentam-se com mais facilidade mas, aparentemente, fogem ainda mais uns dos outros. Por ali é assim. Por cá é ver só o que acontece a um bairro ou rua onde começam a habitar, em certo número, pessoas de outras origens ou etnias: os que lá moravam procuram outras residências; e a oportunidade de inclusão (de missão, para os cristãos?) perde-se mais uma vez.
Eu observo isto em alguns bairros/ruas de Braga e obtive um registo ainda mais impressivo quando, há uns tempos visitei o bairro de Alfama, em Lisboa. Aquelas ruas e casas mudaram radicalmente de utentes nos últimos trinta anos, agora habitadas por orientais e norte-africanos, também subsarianos e outros imigrantes; e esta globalização não se traduziu nem um pouco em aproximação intercultural.
Permanecei pois, eis a vossa missão de cidadãos...


domingo, maio 10, 2009

 

Flache da Semana -18


A crise actual é o resultado de "uma luta de classes dos ricos contra os pobres" e de uma "corrupção ao estilo americano", veio dizer, esta semana nas Conferências do Estoril, o premiado com o Nobel da Economia, em 2001, Joseph Stiglitz.
A notícia que recebo é do jornal Público, assinada por Sérgio Aníbal. Segundo este, o galardoado economista disse que o sector financeiro norte-americano, apoiado nas falhas de regulação e vendo "que havia dinheiro na base da pirâmide decidiu tirá-lo de lá e trazê-lo para o topo, visando especialmente os mais pobres de entre os pobres". A autoridade na matéria referia-se, como é bom de ver, àquele nicho de mercado de crédito chamado de subprime, que consistia em abrir os empréstimos aos mais pobres mas facturando a estes taxas altíssimas para cobrir, antecipadamente, eventuais falhas no cumprimento das mensalidades. Portanto, o raciocínio é simples: os ricos pagavam pouco, porque ofereciam mais garantias, os pobres esses eram esfolados antes que pudessem deixar de pagar, e, esfolados, não podiam pagar mas já tinham pago, ou pagavam ainda com os restantes bens penhorados.
Joseph Striglitz afirmou também, sem papas na língua, que "os bancos falharam muitos investimentos mas foram bons no investimento político, à espera de retornos e conseguiram-nos". Referia-se à realidade norte-americana mas estava a pôr o dedo na ferida da realidade portuguesa, numa semana em que os partidos políticos nacionais aprovaram um diploma que alarga de vinte mil euros para 1,2 milhões a entrada de dinheiro vivo nos partidos, sem que se fique a saber de onde ele vem.
O conceituado orador garantiu ainda que: "a doutrina de direita sobre a forma como funciona a economia de mercado falhou completamente. Aliás, para mim, [para ele] como economista, isso sempre foi apenas uma ideologia, não um produto de ciência económica".
Acho que não é preciso dizer mais nada...


sexta-feira, maio 08, 2009

 

A Mãe, o Menino e o Gato


Era uma vez

a mãe de um menino
que pensava que o seu menino
era um grilinho.

E a mãe tinha também um gato
mas pensava que o seu gato
era um cão.

Então levava o gato
- que queria ser livre como um passarinho -
pela trela; e ao menino, a esse
levava-o numa caixinha.

Um dia soltou o gato
e o gato tinha
uma pata coxa.

E o menino, esse
não quis crescer
senão, não cabia na caixa.

(Poema incorrecto para o Dia da Mãe),
7 de Maio de 2009
fernando castro martins


sábado, maio 02, 2009

 

Flache da Semana - 17


Alguém se lembra das reivindicações do Primeiro de Maio de ontem em Portugal? Quem souber que me informe porque as notícias que recebi resumem-se aos insultos e agressões que alguns militantes comunistas dirigiram, no evento da CGTP, ao ex-comunista Vital Moreira, agora candidato ao Parlamento Europeu pelo PS. Traidor, Cabrão, Filho da P. e Avô Cantigas, foram as palavras de ordem, não oficiais da manifestação, mais ouvidas e noticiadas, a revelarem uma cultura de base que se mantém ainda muito pujante no Partido Comunista.
Este lamentável acontecimento ocorre na mesma semana em que o secretário geral comunista é recebido cordialmente pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, em Braga, em que aquele elogiou, à saída da audiência, a acção social da Igreja.
Devo assinalar a aparente contradição entre a postura responsável e institucional de Jerónimo de Sousa e os seus anónimos seguidores dos insultos do 1º de Maio. Mas parece-me que o PCP se retrata muito bem nestas duas antagónicas atitudes. Quando o arcebispo dialoga com Jerónimo, aquele sabe muito bem o quanto este é fiável. Afinal, ambos os dignitários representam duas instituições a seu modo totalitárias, sem quaisquer perigo de surpresas. E isso não se verificaria, por exemplo, se o interlocutor do arcebispo fosse o Bloco de Esquerda.
Mas não me esqueço daquela notícia do Correio do Minho, em Maio de 2007, em que este jornal noticiava a audiência do arcebispo ao comunista sectário Adão Mendes, em vésperas de uma Greve Geral. Porque a entrevista tinha sido concedida com cordialidade, o periódico noticiava assim: "Arcebispo Apoia Greve Geral". Não apoiava, porque o não devia fazer, mas foi assim que saiu, de forma, penso eu, cobardemente manipulada por alguém.
Conclusão: o PCP até é credível e necessário como instituição do sistema democrático, mas que parece haver ali uma espécie de bipolaridade, lá isso parece.

Foto: com a devida vénia.

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