sábado, setembro 09, 2006

 

Neonata

Nasceu uma mulher no meu prédio. Vivam Elas!
O pai, baboso e festivo; fulgente nos olhos berlindes e lamechinha na dicção soletrada, veio-me dar a notícia dentro de uma camisa formal, embora desabotoada, de um rosa vivo.
Falou das suas duas mulheres como se costuma falar do Céu.
E eu dei por mim a meditar, longamente, na bênção que nos foi enviada, subtilmente, na mesma embalagem que nos trouxe o magnificente género.

Tenho um poema para os três:


joana, paulo, adriana

hoje nasceram todos
nasceu o pai
nasceu a mãe
porque nasceu a menina

o pai embevecido
é uma criança de pai
de alma a brincar-lhe dentro
o peito proeminente

e a mãe se edificando
naquela criaturinha
que não cabia em si de contente
pela sua mãe menina
por aquele pai traquina
que ía ter de presente

28/8/2006

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