sexta-feira, dezembro 01, 2006
Conto Sucinto
Um vadio resolveu instalar-se, por uns tempos, numa terra distante onde os habitantes tinham, entre si, o antigo princípio orientador de "pagar sempre na mesma moeda" qualquer transacção em matéria de contas morais e físicas. Era uma espécie de lei abreviada, tácita, para a regulação da honra e da justiça.
E a vida seguia ordenadamente.
O vadio, que não vinha ali para pedir esmola, mas, ousadamente, para viver a sua vida de vadio, começou, com espanto geral, a relacionar-se com a população acertando sempre as suas contas, grandes ou pequenas, numa moeda feita de um metal um pouco mais precioso.
E a vida seguia ordenadamente.
O vadio, que não vinha ali para pedir esmola, mas, ousadamente, para viver a sua vida de vadio, começou, com espanto geral, a relacionar-se com a população acertando sempre as suas contas, grandes ou pequenas, numa moeda feita de um metal um pouco mais precioso.
Este forâneo enigmático esteve naquela aldeia pouco tempo mas, quando partiu, já os terranteses transaccionavam só com a moeda brilhante que diziam, alegremente, ser do banco emissor do vadio que lhes deixou, também, uma indizível sensação de saudade.