quarta-feira, setembro 26, 2007

 

Esmeralda

Esmeralda - uma menina - é retirada pelo tribunal aos pais adoptivos que a amam, e entregue ao pai biológico que, por certo, também a ama. Com tanto amor disponível, a criança deveria ser beneficiária de imenso conforto e bem-estar. Não é. Sofre a menina e sofrem todos os crescidos enredados no caso.
Os pais de facto, têm melhores condições para criar a menina com a qual, ademais, têm uma relação de estável parentalidade; e o pai de sangue, é pai. Caso difícil, este, em que o tribunal, não tendo exercitado o teste de Salomão, antes do veredicto; e constrangido como está a obedecer à letra da lei, desfere um terrível golpe na paternidade real em prol do progenitor legal.
Mas, como ninguém pode sair vencedor desta porfia, pelo prosaico facto de a Esmeralda não ser uma taça; o melhor seria que, uns e outros, meditassem num sublime texto de Khalil Gibran, chamado "Das Crianças". Diz assim: "Os vossos filhos não são vossos filhos; eles vêm por meio de vós mas não de vós; e, apesar de estarem convosco, não vos pertencem" (...)
Deste modo, talvez aqueles três pais pudessem realizar os deveres da paternidade em conjunto; em colaboração, paz e harmonia. Haja sugestões criativas para o fazerem. A começar pelo tribunal, e pela Comissão de Protecção de Menores.

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