terça-feira, setembro 25, 2007

 

Lavrar o Mar

Este é o título do último livro de Daniel Sampaio que só agora tive oportunidade de comprar e ler. A sensação que me ficou é a de que ele não aborda ali as minhas questões de pai nem os meus problemas de família, sendo que é de pais e filhos que ali se trata. Ainda bem, que não sofro daqueles males; ainda mal, que não sara os males que são meus. Mas há ali afirmações que todos os pais deveriam encaixilhar, como esta:

- "Embora a influência sobre o comportamento dos jovens seja muito diversificada (amigos, internet, professores, figuras públicas...), nas questões essenciais relacionadas com os valores e os juízos morais é quase sempre a educação dada pelos pais que prevalece"( pág. 78).

Concordo e acho, também, que os pais têm, em boa medida, razões para se queixar de si próprios em lugar de imputar responsabilidades a terceiros acerca de certos filiais comportamentos. Sampaio, diz ainda, após ver um rapaz no seu consultório psiquiátrico:

- "a dúvida que me ficou é por que razão esta família teve de recorrer a um técnico, quando uma simples noite de conversa resolveria a questão..." (pág. 96).

Eloquente, evidente, clarividente.
Li já quase tudo o que é de Daniel Sampaio: "Inventem-se Novos Pais", "A Arte da Fuga", "Lições de Abismo", "Tudo o Que Temos Cá Dentro"; agora "Lavrar o Mar". É um vício. Também me não escapam as suas crónicas semanais no Público. Decerto que tenho de parar um pouquinho para interiorizar melhor "o que já cá tenho dentro" em lugar de tanta "arte da fuga" para a frente, para que reinvente um "novo pai" dentro de mim.

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