sábado, julho 19, 2008

 

Deambulações de Férias - 2

Já vos deve ter acontecido: vai a gente a uma cafetaria, pede uma cervejinha, põem-nos à frente também uns tremocinhos, pagamos o líquido e o sólido e saímos saciados e felizes.
Se vamos a um restaurante pagamos umas entradinhas, com nome francês, que não pedimos, a que não resistimos, e vamos embora igualmente bem dispostos, sobretudo se bebemos também umas boas pingas.
Tamanha solicitude empresarial sabe a todos muito bem, pior fora se nos malhassem com um pau e ninguém é tão mesquinho que se ponha a cortar na casaca da sua própria felicidade de comer e ser comido.
Eu pensava que esta eficiência profissional era exclusiva de quem, ocasional ou sistematicamente nos serve o bico, mas vejam lá a outra versão desta sacrossanta generosidade: ontem cheguei a um quiosque, estendi dois euros diante da abertura do atendimento, e, antes que pudesse dizer quero o Público caro senhor, tinha já na mão o recibo de uma aposta do euro-milhões, que custa aquele valor. Tentei reclamar, dizer que não tinha apresentado palpite; mas agora a máquina do jogo joga por nós e ia lá eu resistir a ficar rico, assim, logo no meu dia de anos. Pronto: desembolsei mais um euro e quarenta pelo meu jornal que tinha, entretanto, ficado com as mais velhas notícias do mundo e achei tanta piada ao sucedido que perdi o recibo do jogo e decerto estou agora feliz de rico sem o saber.





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