quinta-feira, julho 17, 2008
Deambulações de Férias - 1
Errar por aí sem destino, em férias de meios nesta pacatíssima cidade, é ir ao encontro do destino das pequenas coisas.
Passo pelo parque de estacionamento, abanando o meu porta-chaves, e, um senhor, de pescoço esticado perfurando a janela do lado esquerdo do seu automóvel, em impaciente espera, pergunta-me:
- Vai sair?
- Não! - digo eu –, estou a pé.
E fico um tempinho a conversar com ele.
Sigo o meu caminho e recolho-me agora do Sol à porta de uma igreja, continuando a fazer das minhas chaves campainha para matar o tempo.
Sigo o meu caminho e recolho-me agora do Sol à porta de uma igreja, continuando a fazer das minhas chaves campainha para matar o tempo.
Uma velhinha aproxima-se e pergunta-me:
- Vai fechar?
- Não - digo eu –, não sou o sacristão.
- Vai fechar?
- Não - digo eu –, não sou o sacristão.
E fico a saber das doenças de que padece a velhinha e eu próprio me confesso a ela, naquele espaço santo.
Por fim, entro, emotivo, na casa das chaves do centro da cidade, abanando o porta-chaves à altura da minha testa. E é o chaveiro que fala:
- Quer reproduzir?
- Não – digo eu -, venho agradecer-lhe, meu amigo, por estas chaves de abrir pessoas.
Por fim, entro, emotivo, na casa das chaves do centro da cidade, abanando o porta-chaves à altura da minha testa. E é o chaveiro que fala:
- Quer reproduzir?
- Não – digo eu -, venho agradecer-lhe, meu amigo, por estas chaves de abrir pessoas.