sexta-feira, agosto 01, 2008

 

Cães, Gatos e Outros

Devo postar, também, a favor dos animais de companhia que por aí ficam, tão abandonadinhos, em tempos de férias.
Lembro-me, nestas alturas, da ligação estabelecida entre a minha mãe e a sua companhia canina. Ela nunca gostara de cães até que um dia, por motivo de casamento, partiu de sua casa o seu último filho. Este, que era o meu irmão mais novo, deixou à guarda materna um belo cachorro enquanto preparava para este adequadas instalações em sua casa. Regressado depois para levar o cão, a minha mãe disse-lhe: tu foste, fica ele. Não vou ficar sem ninguém.
Foi um incrível amor à primeira vista, e o cão passou a preencher uma boa parte do vazio que ficara na casa.
Lembro-me que, em dia menos bom, o cão mordeu uma vizinha e a minha mãe atirou-se também a esta porque esta lhe estava a repreender o cão.
Um dia a minha mãe morreu e o cão morreu logo de seguida.

Uma outra senhora garantia-me que a sua cadelinha rezava. Um dia provoquei-a:
- A senhora é uma sacrílega. Os cães não rezam.
- Rezam sim - disse-me - pois podem rezar, que até os peixes ouviam os sermões de Santo António.
Ela insistia tão recorrentemente sobre as orações da sua cadelinha que até eu me cheguei a convencer, por uma vez, que daquele focinho beijoqueiro saía uma ladaínha.
Eu, que não tenho condições para cuidar de animais, acabo de reler, pela terceira vez, o livro Cão Como Nós, de Manuel Alegre, um belíssimo texto sobre a espécie.
Aconselho esta leitura para as férias que hoje começam para muitos, e devo dizer: quem decide ter animais, tem de ser responsável.





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