quarta-feira, outubro 08, 2008

 

Temas de Braga - 17


Temo que crescer não seja sinónimo de desenvolver e que moderno não seja o mesmo que adequado aos tempos. Ocorre-me esta dúvida a propósito do previsto super-centro comercial, Dolce Vita Braga, que se projecta para as imediações da cidade, na freguesia de Dume.
Vão nascer ali mais 165 lojas comerciais, mais um conjunto de salas de cinema, um novo hipermercado, mais restaurantes, cafés.
Não se percebe onde vai o mega-empreendimento buscar consumidores que não estejam já servidos; onde vai a multidão de desempregados, que por aí há, buscar recursos para usufruir de tanto luxo e fartura; onde vai o poder politico local buscar inspiração para promover tanto o tão grande comércio, já tão pujante, e incentivar tão pouco a indústria, ainda rara ou moribunda.
Eu não acredito nada neste desenvolvimento. Mas em que pode acreditar um bruto como eu?

Comentários:
Com ou sem dinheiro, as pessoas são obrigadas a consumir.

Quando o Braga Parque abriu, ficava ainda na periferia de Braga, mas tinha ali juntinho um hipermercado - o primeiro de Braga. Juntava-se o útil ao agradável: fazer umas compras no hipermercado e passear no shopping ou passear no shopping e comprar no hipermercado. Eventualmente, antes ou depois das compras no hipermercado, comprava-se alguma coisita no shopping também. O Braga Parque tinha essa vantagem em relação ao Bragashopping - e isto para não falar nos lugares de estacionamento, claro.

Também penso que esta "cogumelização" (se me permitirem esta expressão) do consumo acabará por conduzir a um fraticídio que, aliás, já começou. Se as pequenas galerias comerciais estão já moribundas, o Bragashopping começa a dar alguns sinais de agonia.

É o liberalismo, não é? "Amanhem-se!"
 

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