domingo, janeiro 18, 2009

 

DE MÃO EM MÃO


"De Mão em Mão" é o nome do simpático jornalinho da minha escola. Tem vinte e duas páginas e uma tiragem de trezentos exemplares. Tem as secções de: A Voz dos Pais, A Voz do Jardim de Infância, A Voz do Primeiro Ciclo, A Voz dos Professores, a Voz dos Auxiliares de Educação, Humor e Passatempos. É bi anual. Custa um euro. Acaba de sair o primeiro número deste ano lectivo e o porteiro teve também direito a dar à luz o seu textinho, que segue:

Era Uma Vez o Relógio do Amor...

- Bem sabes, João, que está há muito estabelecido que a cabeça pensa e o coração ama.
Rosalina está unida ao seu rebento num forte abraço, ao mesmo tempo que insiste naquela separação. E continua:
- Não tens que ter tantas namoradinhas na escola. Nem tanto amor, nem tão pouca cabecinha…
E a mãe discorre agora acerca do possível sofrimento que tão grande quantidade de afectos pode causar, também, nas partes envolvidas. Enfim, uma lição muito útil, no quentinho dos seus braços, que está ainda para durar:
- Bem sabes, meu Joãozinho, que o coração é como um relógio. Está sempre tic-tac, tic-tac; e quando se ama este relógio acelera…
Chegados aqui, o João agita-se um pouco nos braços da mãe. Está comovido com tão belo discurso, mas o que o sobressalta é a busca da coragem para o que vai dizer:
- Mãezinha, eu queria-te contar um segredo… sabes… o teu relógio… eu dizia que não fui eu que o perdi, mas fui eu…
- Meu filho – diz a mãe -, e sempre o negaste. E eu ralhei tanto contigo. És o responsável por eu não ter relógio e de chegarmos tarde à escola.
- Não foi por mal, mamã – respondeu João -, eu era pequenino, não sabia, e pu-lo no eco-ponto verde. O relógio tinha vidro e tu ensinaste-me - e também me ensinou a senhora professora - que não se deita nada para o chão: ou se põe no lixo ou se coloca no eco-ponto. Agora já sei – já tenho seis anos! – que um relógio faz muita falta…
- Pois é – continua a mãe -, mas agora andamos a chegar tarde à escola…
Dito isto, João puxa a mão de Rosalina até si e espalma-a bem coladinha ao seu peito. Por fim, dá o seu palpite:
- Mas olha, mãe, como o meu relógio está despachado. Eu acho que se tu te guiares por ele nunca mais nos vamos atrasar.

............................................................ Com um beijinho do porteiro: Fernando Castro Martins

Comentários:
bi anual,o que é isso?
 

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