domingo, novembro 01, 2009

 

Com a devida Vénia - 16


"Dentro da classe médica, há quem reaja de modo incomodado à perspectiva de se legislar o chamado "testamento vital". Porquê? Fundamentalmente, porque estes membros da classe médica se acham os representantes da defesa dos melhores interesses dos cidadãos doentes (...) mesmo que não os conheçam de lado nenhum e, mesmo assim, os tratem por tu.
(...) Se a classe médica soubesse sempre, na mera audição de um conserto, identificar o som de um instrumento de cordas com o de um violino e, mais ainda, conseguisse reconhecer nesse violino o som de um Stradivarius, poderia contemplar a hipótese de depositar nela uma confiança última. Mas como tenho imensas razões para desconfiar do ouvido musical da classe, (...) deixem que seja eu a ter a última palavra, mesmo que não gostem da minha música e eu própria até já não a possa tocar, embora tenha deixado as pautas necessárias à sua execução."

In "O testamento vital e a defesa dos interesses dos cidadãos", texto da professora universitária bracarense Laura Ferreira dos Santos, dado a lume no jornal Público de hoje,

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