sábado, janeiro 16, 2010

 

Empresários de Deus


Nos últimos três dias, todos se mostraram de acordo, em Braga, no Congresso Internacional sobre o Presbítero, de que o padre não deve ser o patrão das comunidades cristãs a que espiritualmente preside, nem o "manager" ou o gestor administrativo de infantários ou de lares de velhinhos, nem sequer o gestor organizacional, o administrador de finanças, o empreiteiro de obras.
À parte a curiosa legitimidade do exercício, pelos padres, daquelas tarefas práticas de que parecem gostar e nessa expectativa foram ordenados; esses trabalhos pertencem aos leigos, os padres são chamados à orientação espiritual das comunidades, e assim parecia o consenso e a conclusão do congresso.
Mas não nos iludamos: o que se discutia era apenas a delegação, mais ou menos explícita que o padre, ou pároco, deve atribuir aos seus "subordinados" da "comunidade" cristã. À primeira dúvida ou às primeiras expressões da pluralidade dos filhos de Deus, quem não ouviu já o padre dizer, com os punhos soando na mesa: "quem manda aqui sou eu"? De facto é também ele quem manda, só ele, em todos aqueles negócios mundanos, mais ou menos sócio-caritativo-empresariais em que estão atarefadas as paróquias e as instituições eclesiásticas, assim o garante o Direito Canónico.
É verdade também - eu o vi e senti! - que há alguns leigos a gerir instituições da Igreja, que, devo dizer-vos: é de fugir!
Conclusão: ao congresso das palavras, suceda-se o concurso das práticas; e adeqúe-se o canónico Direito aquele discurso directo.

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